
Há uma mudança para pior no ambiente de segurança de bairro em Díli, de acordo com um relatório da organização Fundasaun Mahein (FM).
Apesar de não se saber se é por o crime estar em ascensão ou por estar a ser relatado mais frequentemente pelos meios de comunicação (a ausência de publicação de estatísticas sobre as atividades criminosas pela polícia, torna difícil dizer se a taxa de criminalidade é crescente ou permanece estática), há mal-estar na comunidade e esta situação não é satisfatória para um povo que tem uma história de experiências traumáticas.
A FM informa que ultimamente tem havido uma onda de crimes altamente divulgados em Díli. E cita os seguintes casos:
1. Um soldado foi morto a 12 de agosto de 2012
2. Um jornalista foi esfaqueado a 12 de agosto de 2012
3. A casa do reitor do Instituto de Tecnologia de Díli foi assaltada a 28 de setembro de 2012
4. Um homem foi esfaqueado em Comoro a 27 de setembro de 2012
5. Residência do um sacerdote na Igreja de Motael foi assaltada a 27 de setembro de 2012 . O sacerdote foi atacado e ferido
6. Um jovem foi esfaqueado no Bairo Pite a 29 de setembro de 2012.
Para este eventual aumento da taxa de criminalidade, a FM postula algumas causas possíveis:
1. É o fim da estação seca, e as pessoas não conseguem dormir devido a más condições de vida no calor. 2. População na Dili aumentou 100% desde 1999 quando foi 120.000, e agora em 2012 é 230.000. Todos os anos, os números aumentam, e vemos novos bairros sendo preenchido anualmente.
3. Há cada vez mais homens jovens, chegando a Díli para procurar trabalho. Muitos não o encontram, mas mesmo os que têm nao recebem o suficiente para suportar as necessidades face ao crescente custo de vida em Díli.
4. Infra-estrutura básica danificada -água, electricidade, remoção de resíduos, água de esgoto. Condições de vida são muito pobres para a maioria da população de Dili.
5. A inveja social está em ascensão, como algumas pessoas a ficarem ricas, enquanto a maioria está a lutar para sobreviver – especialmente jovens do sexo masculino.
6. O aumento dramático da actividade comercial está a levar a um aumento do uso da terra para atividade empresarial – criando disputas e exercendo pressão sobre as pessoas pobres, forçadas a abamdonar as terras.
Há a preocupação de que a situação de segurança no país se deteriore quando a força de estabilização internacional e missão integrada das Nações Unidas em Timor-Leste retirar no final do ano e que já há sinais que isso está a aconter.
A polícia das Nações Unidas (UNPol), que apoiou as operações policiais, vai começar a retirar efectivos de todos os treze distritos do país no próximo mês.
O Timor Post relatou já comentários feitos pelo comandante das Forças de Defesa, Lere Anan Timur, que as pessoas que quiseram criar instabilidade no país, após ter terminado a missão da ONU, serão considerados inimigos do país. "As pessoas que querem criar instabilidade não querem a independência e se não querem independência, então isso significa que são inimigas do país".
Enquanto isto, o membro do Parlamento Daiane Hugo da Costa afirma que o aumento do nível de criminalidade na capital não tem nenhuma relação com o fim iminente da missão integrada das Nações Unidas em Timor-Leste e acrescenta que as forças de segurança do país, tais como a força de defesa e polícia nacional devem mover-se profissionalmente para responder a essa situação.
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